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Reportagem publicada na última quinta-feira pelo site de notícias financeiras InfoMoney traz uma percepção que vem ganhando tração no setor imobiliário. O segmento de garantias locatícias profissionais está crescendo fortemente e, junto com isso, encontrando desafios maiores em um processo que pode desembocar em algum nível de consolidação.

Intitulada "Garantias locatícias: com aumento de inadimplência, mercado se movimenta", a matéria comenta o encerramento das operações da QuintoCred e afirma que recentemente "se acelerou o movimento de pequenas e médias empresas que deixaram a atividade ou foram absorvidas por outras".

O Infomoney mostra que o Grupo Loft, que adquiriu a empresa líder nacional deste mercado, a CredPago, em 2021, absorveu, nos últimos meses, boa parte da carteira que ficaria descoberta pela descontinuidade da QuintoCred. E citou a parceria entre OLX e Creditas como outro exemplo positivo de movimentação estruturada no segmento.

De acordo com o texto, as fianças profissionais já movimentam R$ 300 milhões por ano. E junto com o sucesso deste serviço veio o aumento da inadimplência, que atingiu 3,59% em junho passado, frente ao último número aferido, de 3,09%, em março.

Uma coisa é certa: a fiança profissional veio para ficar e crescer. Trata-se de um serviço que traz muito mais segurança e agilidade para as imobiliárias, proprietários e inquilinos. Quem começa a operar com ela não quer mais saber de fiador ou caução (que ainda responde pela maior parte dos contratos de aluguel no país).

Ao menos nos moldes em que a modalidade se popularizou, no final do século XX – hoje há alternativas mais modernas, como o Garantia Investe, que cauciona a garantia em títulos do Tesouro Nacional.

A grande questão é que, para operar com segurança e sustentabilidade, uma empresa de fiança locatícia tem que estar bem estruturada para fazer frente ao desafio de se lidar com o aumento da inadimplência natural que ocorre junto com o crescimento da operação.

Ainda mais num contexto macroeconômico como o atual, de juros há muito tempo bem altos, o que tende a reduzir a demanda por compra e financiamento, e consequentemente, aumentar ainda mais a demanda por aluguel – esta já aquecida pela atualização dos costumes da nova geração.

Muitos jovens inquilinos em potencial saem mais tarde da casa dos pais. E quando saem, muitas vezes preferem morar sozinhos, porque estão se casando mais tarde. E estão se divorciando mais, também. São todos movimentos que favorecem o aluguel em detrimento da compra, pelo menos num primeiro momento.

Para ultrapassar esses desafios é preciso escala, capital e tecnologia. "Por isso vemos uma concentração natural entre os maiores players", afirmou o vice-presidente de Alianças e Parcerias Estratégicas da Loft, Sandro Westphal, à reportagem.

Portanto, nunca é demais ressaltar: é muito importante que as imobiliárias reforcem os mecanismos de controle tanto na entrada do inquilino quanto na cobrança do aluguel.

Aproveitar as melhores oportunidades do mercado de aluguel em alta, sem se machucar com a inadimplência, passa por escolher as melhores fianças e adotar as melhores práticas na hora de selecionar os inquilinos.